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Poesias e Crônicas

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cabra da Peste

Cabra da Peste

Levanta cabra da peste.
Não desiste, insiste.
Ninguém tem dó, ninguém vê o pó.
Não, não faça essa cara de triste.




Levanta cabra da peste.
Que a peste ao teu lado caminha.
Amarra a cabaça, arregaça essas "carça".
Que a morte danada se avizinha.


Levanta cabra da peste.
Toma teu rumo, teu prumo, teu tento.
Pega teu filho, ensina o caminho.
Ensina-lhe o canto, o pranto o lamento.


Levanta cabra da peste.
A água escassa não tardará em te faltar.
Logo a terra se racha, a sua sola se racha.
Depois não adianta pedir, nem chorar.


Espera cabra da peste.
O mundo que gira, vida que gira.
Talvez no aponte, um rumo pro norte.
Talves ainda nos vejam.
Talves haja sorte.


Pobre cabra da peste.
No chão ressequido, um povo esquecido.
De um Brasil dividido.
De um cabra da peste, da peste de morte.

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