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Poesias e Crônicas

sábado, 25 de fevereiro de 2012

UMA IGREJA CAPITALISTA



É com certo pesar que escrevo o texto abaixo, e antes que você me considere um iconoclasta ou subversivo, pondere ao menos se não faz sentido o que estou escrevendo.
Vejam só, todos nós precisamos de um refugio no qual nossa existência tenha algum significado, precisamos dessa transcendência, e é isso que chamamos de religião, que significa “re-ligação”, ou seja, precisamos nos religar com o divino para que tenhamos uma caminhada com a proposta de crescermos espiritualmente.

Para que isso fosse possível, Jesus deixou instituída uma comunidade na qual a maioria das religiões de hoje se baseiam, tanto católicos quanto protestantes, tem como centro de sua fé a pessoa de Cristo.
Agora eu me pergunto, será que não estamos um pouco desvirtuados dos ensinamentos primordiais, dos ensinamentos iniciais do Cristianismo?
Quem é que disse que as igrejas precisam de muito dinheiro? Claro que precisam manter uma estrutura, um setor administrativo para que haja organização, mas tem gente que está exagerando, e usando essa necessidade de manter uma entidade religiosa, como desculpa para um esforço absurdo em captação de recursos financeiros.
Se você assistir qualquer programa protestante ou católico, verá que o apelo pela arrecadação é muito grande, inclusive com alguns disparates de dizer que quanto mais se doar para as igrejas mais Deus irá devolver de maneira proporcional.
Gente, qualquer pessoa que estudar um pouco de história verá que a prática do dízimo, (décima parte) tinha uma finalidade diferente do que é hoje, além disso, as barbaridades que são cometidas hoje em dia em prol de arrecadação de dinheiro beiram a insanidade.
Vejam só, As festas e confraternizações que acontecem nas igrejas tanto católica quanto protestantes muitas vezes transcendem ou quebram as regras por elas mesmo ditadas para garantir uma participação da comunidade, e então com isso, garantir uma entrada de caixa maior com a venda de produtos e serviços.
Me deixa com asco, quando vejo cantores religiosos que “pregam” cantando a salvação, a humildade, a igualdade e a simplicidade de Jesus, mas que andam com seguranças pessoais, e apresentam a mesma postura de cantores pop-stars de músicas seculares, fazendo uma certa "ceninha" tratando os fiéis das igrejas como fãs e não como pessoas que precisam de uma mensagem cantada muitas vezes, dando autógrafos com uma prepotencia e garbo artísticos somente, como se fossem mais especiais por terem um CD ou DVD gravados, cobrando cachês astronômicos, exigindo coisas e condições para se apresentarem, como se fossem cantar num “rock in rio”. "Don't touch me, I'm singer of Jesus"
Pregam a justiça e a igualdade, mas que estão vivendo em mundos bem diferentes do que as pessoas para quais eles cantam.
Quer ver outro absurdo? Festas de paróquias que tem em seu cardápio bebidas alcoólicas, para garantir que haja retorno financeiro, pois sem bebida a população não vai à festa.
Que contra-senso, pois nessas mesmas paróquias muitas vezes funcionam pastorais de sobriedade e de combate ao vício.

Óbvio que não sou utópico a ponto de pensar em extinguir a bebida alcoólica, mas distribuir pinga nas festas de igrejas para garantir lucros é uma grande cara de pau dos padres que justificam-se com a desculpa esfarrapada de que bebe quem quer. "Não mandamos ninguém beber" dizem eles.
Tudo bem uma cervejinha com os amigos,eu também gosto as vezes, mas a igreja usar esse produto para aumentar o caixa é ao meu modo de ver um dos maiores vexames entre muitos outros que são cometidos e aceitos por quem comanda as normas dessa instituição.
Comece a perceber seja qual for a igreja que você freqüenta, se não estamos “pomposos” demais, “lindos” demais, ou se a nossa igreja não está contrastando com a miséria que nos cerca.
Quando você observar qualquer coisa que seja luxuosa, ou suntuosa de maneira desnecessária, verifique em qualquer comunidade pobre de sua cidade se o custo para manter essa pompa totalmente supérflua não caberia melhor no auxílio de algumas famílias carentes.
Aí você pode até contestar, me dizendo que o assistencialismo é responsabilidade do governo, do INSS, da previdência social e entidades de amparo, concordo com você, hoje em dia existem todas essas organizações governamentais que devem amparar através da tributação, mas quero registrar um pequeno fato histórico. O dízimo e as ofertas tinham na antigüidade além da  função de manter o tabernáculos e seus sacerdotes, também em auxiliar no amparo a viúvas, órfãos e necessitados, mas se hoje através dos nossos impostos nós mantemos essas instituições do governo, o dízimo nas igrejas serve para que? Para os pastores e padres?
Eu particularmente penso que devemos auxiliar nossa comunidade, e isso inclui a estrutura das nossas igrejas, mas tudo tem um limite, quando a ganância supera o bom senso, está na hora de repensar, analisar e de ver se nossos pastores e padres e, portanto conseqüentemente nossas igrejas, estão agindo de maneira condizente com o modo de vida que Jesus viveu e deixou como exemplo.
O dinheiro não pode sobrepor a finalidade macro da igreja que é congregar seus fiéis, dentro das características de humildade, amor ao próximo, união e fé, e pra falar a verdade, festas com cachaça, e a comercialização dos meios de evangelização são uma afronta a essência cristã. Se liga meu querido não existe "carnê do baú" para a sua salvação ou evolução espiritual, como queira vc acreditar.

Um comentário:

  1. Religião não é instituição, muitas instituições, sua grande maioria, estão centradas em suas necessidades financeiras, pessoais e egocêntricas... precisamos de religião nas instituições e pouco se vê realmente disso!

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